Escrito da forma original Erzsébet Báthory, e na forma aportuguesada, Isabel ou Elisabete Báthory, foi uma condessa húngara que entrou para a história, tida como a mulher mais cruel e sanguinária do milênio. Isabel nasceu no dia 7 de agosto de 1560, em Nyírbátor, que então fazia parte do Reino da Hungria, território hoje pertencente à República Eslovaca. Quando criança, ela sofreu doenças repentinas, acompanhadas de intenso rancor e comportamento incontrolável. Aos 11 anos de idade Isabel ficou noiva do conde Ferenc Nádasdy, e passou a viver em seu castelo em Sárvár, o conde Nadasdy era militar e, frequentemente, ficava fora de casa por longos períodos. E apenas 3 anos depois aos 14 anos Isabel engravidou de um camponês, quando começou a aparecer sinais da gravidez o conde fez com que ela se escondesse, e só retornasse ao castelo após o nascimento do bebê. O casamento oficial ocorreu em maio de 1575, um ano depois de Isabel ter engravidado. Aparentemente a chegada do bebê não atrapalhou a relação de Isabel com o conde Nadasdy, e este confiou a Isabel todo o funcionamento do castelo, e foi a partir daí que seu tenebroso sadismo começou a aflorar contra um grande número de empregados, principalmente mulheres jovens.
Na época, a crueldade com empregados, por parte dos nobres e detentores do poder, era de certa forma tida como normal, pela sociedade, porem o comportamento de Isabel, o modo com que ela castigava e matava seus empregados era visto por todos como desprezível. Ela não apenas punia os que infringiam seus regulamentos, como também encontrava todas as desculpas para infligir castigos, deleitando-se na tortura e na morte de suas vítimas. Espetava alfinetes em vários pontos sensíveis do corpo das suas vítimas, como, por exemplo, sob as unhas. No inverno, executava suas vítimas fazendo-as se despir e andar pela neve, despejando água gelada nelas até morrerem congeladas. O conde Nadasdy, marido de Isabel, juntava-se a ela nesse tipo de comportamento sádico e até lhe ensinou algumas modalidades de punição: o despimento de uma mulher e o cobrimento do corpo com mel, deixando-o à mercê de insetos até ser devorada por eles…
Em 1604 o conde Nadasdy veio a falecer, e Isabel após seu enterro mudou-se para Víena na Áustria. E passou também algum tempo em sua propriedade de Beckov e no solar de Čachtice, ambos localizados onde é hoje a Eslováquia. Esses foram os cenários de seus atos mais famosos e depravados. Após a morte do marido, Isabel tinha uma companheira a qual a ajudava em seus crimes, uma tal de Anna Darvulia, mas dessa pouco se sabe a respeito. Quando Darvulia adoeceu Isabel, conseguiu uma nova companheira para lhe fazer companhia em seus crimes, Erzsi Majorova, essa era viúva de um ferreiro e inquilino de Isabel, Majorova parece ter sido responsável pelo declínio mental final de Isabel, ao encorajá-la a incluir algumas mulheres de estirpe nobre entre suas vítimas às quais bebia o sangue. Em virtude de estar tendo dificuldade para arregimentar mais jovens como servas à medida que os rumores sobre suas atividades se espalhavam pelas redondezas, Isabel seguiu os conselhos de Majorova. Em 1609, ela matou uma jovem nobre e encobriu o fato dizendo que fora suicídio.
Cena do filme "A Condessa de Sangue"
Reza a lenda, que certo dia Isabel, quando já não era tão jevem, estava a ser penteada por uma criada, quando esta puxou os seus cabelos por acidente. Isabeu virou-se para ela e espancou-a. O sangue espirrou e algumas gotas caíram na sua mão. Ao esfregar o sangue, pareceu-lhe que estas a rejuvenesciam. Foi após esse incidente que passou a banhar-se em sangue humano. Dizem os registro que em um calabouço, existia uma gaiola pendurada no teto construída com lâminas, ao invés de barras. A condessa se sentava em uma cadeira embaixo desta gaiola. Então, era colocado um prisioneiro nesta gaiola e um guarda espetava e atiçava o prisioneiro com uma lança comprida. Este se debatia, o que fazia com que se cortasse nas lâminas da gaiola, e o sangue resultante dos cortes banhava Isabel.
Enfim, velha!
Em 1610 começaram as investigações, a cerca dos crimes de Isabel. Todavia, o verdadeiro objetivo das investigações não era conseguir uma condenação, mas sim confiscar-lhe os bens e suspender o pagamento da dívida contraída ao seu marido pelo rei. Isabel foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda, em 7 de janeiro de 1611. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Isabel, a qual continha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra. Seus cúmplices foram condenados à morte e Isabel foi condenada à prisão perpétua. Isabel permaneceu presa os seus três últimos anos de vida, tendo falecido em 21 de agosto de 1614. Foi sepultada nas terras dos Báthory, em Ecsed. E O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse o nome de Isabel nos círculos sociais, temendo um escândalo que cairia toda a nobreza.
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